segunda-feira, 5 de maio de 2008

Stefano - outro dia, mesmo lugar.

Eu não sei o nome, mas existe um filme sobre um cara que acorda sempre no mesmo dia (que, no longa, é o dia da marmota nos EUA). De qualquer forma, me senti o tal protagonista quando encontrei Carolina no restaurante toda a semana seguinte ao nosso primeiro encontro. "Não, Stefano, não é destino. Não é nada. Coincidências acontecem" pensava ao tentar afastar a idéia de que talvez eu gostasse dela. "Somos apenas dois conhecidos que se encontraram todos os dias no mesmo lugar, qual o problema? Amor? Não, não é assim que o amor nasce. Pára com isso, Stefano!" e sem perceber passava o resto da tarde pensando nela, em mim, naquele restaurante. Cheguei até a comprar a última edição da Modart pra saber do que falava - conclui que era mais uma dessas revistas femininas com muita foto e pouco escrito.
- Stefano, o Dennis está pedindo sua crônica, você ainda mandou para ele.
Despenquei do mundo dos sonhos direto para a tela do computador: eu ainda não havia escrito nada (nenhuma linha se quer).
- Diga que eu já vou mandar, falta uns ajustes. E peça desculpa.
Eu tinha quinze minutos para escrever sobre política, cotidiano, história, geografia, esportes, sociedade, ou o que quer que fosse! Como se uma daquelas lâmpadas de desenho-animado se acendesse na minha cabeça, os meus dedos correm ligeiros pelo teclado e, aos montes, as letras jorraram no Word. Faltando pouco mais de dois minutos para acabar o prazo, meu texto chegou no e-mail do editor-chefe.
Claro, como vocês devem estar pensando, eu só pude escrever sobre um tema, esse que não sai da minha cabeça, que está impregnado na minha roupa, no meu perfume e no meu shampoo, que não me deixa dormir e pensar direito, que me pega de surpresa quando o que eu mais quero é fugir dele: o amor. Droga, foi naquela tarde que eu percebi quão imprevisível essa tal de paixão é.

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