Vamos, odeie-me de todo o seu coração, pois chegamos ao fim. Sem rodeios, cheiros azuis e... E essas coisas insuportavelmente bonitas e românticas dos filmes. Apesar de meus sonhos, Carolina nunca voltou, não me manda cartões de aniversário, natal. Carolina tornou-se o meu passado mais que perfeito.
Fim da linha.
Ponto final.
Acabou.
Entendem?
Estou sozinho, como estava no começo da história. A vida é um inebriante ciclo: o começo assemelha-se muito com o fim. E o nosso começo meio inesperado - de encontros casuais na padaria - foi muito parecido com o término: um dia lindo de verão, um futuro límpido, um amor profundo e belo, uma amante-fugitiva indo para a França, um amante estúpido sentado na praça comendo dois sorvetes de creme.
Um dos sorvetes, escorria pela minha mão, o outro tinha gosto de saudade, solidão, estupidez, refúgio, medo. Não! O outro não tinha gosto, não tinha história, nem afago - não possuia nada além de sua estranha existência gelada. Naquele dia de verão, houve uma conversa por telefone, um fim, um choro baixinho do outro lado da linha, um celular espatifado no meio da avenida. Naquele dia de verão, um mundo inteiro caiu sobre os meus ombros.
Hoje, dois anos depois, não quero paixões velhas (cheirando fundo de gavetas e lágrimas sinceras). Hoje eu quero um amor que permute nos meus sonhos mais estranhos, enquanto torço dedos querendo não-viver a cinza realidade. Hoje, não aceito cartas de desculpas, de bom dia, ou regresso.
Hoje, não quero um trago de Carolina. Eu quero paz, somente isso.
Estou indo embora, da mesma forma que comecei: sem porquê, sem destino, apenas palavras. Desculpa, chegamos ao fim.
A vida é um inebriante ciclo vicioso. O amor também.
domingo, 31 de agosto de 2008
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